Roteiro de Viagem: Bogotá
- inspire4fashion
- 23 de mar. de 2017
- 8 min de leitura
A Colômbia é um país extremamente encantador. Eu e meu namorado queríamos fazer nossa primeira viagem internacional juntos, mas não queríamos gastar uma fortuna. Na fase em que o dólar estava na casa dos R$ 4,00 em 2016, decidimos escolher algum país da América Latina. Pensamos em Chile, Peru, Uruguai e porque não Colômbia? Consultei alguns amigos que haviam ido pra lá, e todos disseram que era um país incrível e que valia muito a pena conhecer. O peso colômbiano é proximo ao real, e as passagens aéreas embora não tenham sido muito baratas na época, compensava pelo baixo custo de estadia e passeios. Escolhemos dois destinos: Bogotá e Cartagena.
4 dias em Bogotá:
Passamos 4 dias em Bogotá, e deixamos os 6 dias seguintes para descansar em Cartagena. 4 dias é o suficiente, fazendo tudo corrido, pois Bogotá possui muitos encantos. Chegamos em Bogotá no fim da tarde, foi o tempo de chegar no hotel, tomar um banho e sair pelo bairro da Zona Rosa procurar por um lugar pra jantar. É uma espécie de mistura dos bairros: Jardins e Vila Madalena pra quem mora em São Paulo. É onde fica a zona bohêmia, com vários bares, restaurantes, baladas e lojas de luxo. É exótico porque os bares e restaurantes são mais alternativos, como na Vila Madalena, mas as baladas e lojas de luxo são mais sofisticadas como nos Jardins. Ficamos no hotel B3 Virrey, muito bem localizado, a duas quadras de onde fica o movimento, dá pra ir a pé e curtir a Zona Rosa caminhando. É pequeno, o "fervo" não se estende muito. O atendimento do hotel é ótimo, o café da manha incrível, a cama é a melhor do mundo e o chuveiro é o melhor da vida. A foto abaixo, é da area do restaurante do hotel, e como vocês podem ver, é bem moderno, estiloso e jovem. Na arquitetura externa, tem parede viva, parece um prédio nova yorquino. Recomendo de olhos fechados, e acredito que seja o melhor custo benefício de Bogotá. Acabei jantando numa lanchonete mesmo, pedi uma quesadilha e o famoso refrigerente típico chamado: Colombiana. Lembra um pouco tubaína de tutti frutti das antigas, achei bem boa.





Dia 1:
No primeiro dia pegamos um taxi e fomos direto para o centro da cidade. Há muitas construções históricas belíssimas, igrejas, museus, enfim. O centro vale um dia inteiro de viagem pra fazer tudo, e o melhor é que dá pra fazer tudo a pé. O centro é distante da Zona Rosa, dá pra pegar transporte público também, mas como íamos andar muito, e o taxi é barato, compensou bastante. Começamos pela Plaza Bolívar onde ficam os quatro poderes representados pelas construções, e a estátua ao centro do venezuelano Símon Bolívar que desempenhou um papel importante na libertação e independência da America Latina. Pegamos um dia chuvoso, mas compramos um guarda chuva e deu tudo certo. Era um feriado, senão me engano era uma segunda, e havia muita gente na rua. Inclusive manifestações e passeatas, foi bem interessante observar tudo




A candelária é um centro histórico que fica nas imediações. Com muitas construções tombadas maravilhosas, um verdadeiro túnel do tempo.




Depois saímos caminhando e passamos no museu do Ouro. Conta a historia do ouro desde a era pré-colombiana, dos índios muíscas, e o surgimento das primeiras peças em ouro, desde ferramentas e utensílios até artesanatos e esculturas com figuras de deuses e crenças da época, de todos os tamanhos. As que mais chamam atenção são as miniaturas, é impressionante o acabamento e o talento com tão pouco recurso que tinham. Achei a curadoria excelente, o museu é bem moderno e bem estruturado. Baratinho pra entrar, custou 3 mil pesos colombianos.

esse abaixo é menor que a palma da mão. Chama-se: La barca de el Dotrado

Em seguida saímos caminhando até o centrão de bogotá, onde rola o comércio, pra conhecer um pouco mais da cultura colombiana cotidiana. Fiquei encantada com muitas coisas. Primeiro porque o centro é super colorido, e eu que amo tudo que é colorido, aproveitei pra fotografar tudo. Segundo que os colombianos são tão educados que até espanta. Extremamente cordiais e atenciosos, falam baixinho, são discretos, tranquilos, se respeitam muito e adoram ler! Passamos por varias ruas com centenas de barracas de livros, na maioria usados, e muita gente em volta interessada em comprar. Achei o máximo esse interesse popular por cultura e saber que ainda existe gente que lê rs.













Terminando a caminhada no centro, encerramos o dia indo ao museu nacional. Museu super diversificado, riquíssimo em acervo, e fica onde era um antigo presídio. A arquitetura é maravilhosa, e a entrada é gratuita.

Dia 2:
No dia anterior a gente queria ter feito Cerro de Monserrate, que é onde fica uma igreja, no ponto mais alto da cidade, mais precisamente 3152 mts acima do nível do mar. Mas como era feriado, a fila estava quilométrica, e acabamos deixando pro dia seguinte. Voltamos no primeiro horário, um pouco antes de abrir, pois, temíamos passar muitas horas na fila. E deu certo. Abria as 8:00 da manha e fomos os primeiros a entrar no bondinho que leva ao topo do morro. São três maneiras de subir: Bonde, funicular (uma especie de trenzinho) e a pé que dizem que é interessante pois era o trajeto de peregrinação e possui capelas pelo caminho. Mas deve levar um dia pra subir e outro pra descer haha. Precisa ser minimamente alpinista. Não aconselho o bonde pra quem tem medo de altura. É bem íngreme, e é muito, mas muito alto. O ingresso não é muito barato. Eu não lembro exatamente, mas era algo em torno de 30 a 40 mil pesos colombianos. O morro é famoso não só pela altura e pela vista inenarrável, mas também por conta de uma igreja dedicada ao senhor caído de Monserrate, lugar de peregrinação religiosa. A igreja em si não é muito bonita, o que vale mesmo a pena é o visual. Localiza-se na cordilheira oriental, e apesar de todo o desmatamento e incêndios na região, é possível ainda encontrar ecossistemas de bosque andino, onde há umas espécies de aves bem diferentes. Lá tem alguns restaurantes, feiras, e um caminho de tijolinho super bem cuidado com algumas estátuas representando a via crucis. Os restaurantes têm as melhores vistas, mas dizem que a comida não é tão excelente, porque os cardápios não são típicos, e os pratos são bem caros, mas pela vista, vale a pena passar algumas horas naquelas janelas e varandas. O ar é rarefeito? Sim. Mas dá pra tolerar.


Vista do bondinho:



Na volta aproveitamos pra andar num lado da cidade que ainda não tínhamos passado, perto das redondezas do centro:




No final do dia aproveitamos pra conhecer o shopping Andino, que sim é maravilhoso como dizem. Tem muitas lojas que a gente não encontra no brasil, como a Rapsódia por exemplo, e todas as marcas mundiais mais famosas, inclusive as de grife, com preços bem mais acessíveis que no Brasil. Vale o destaque pra Diesel e Seven, com preços excelentes, e uma marca que eu acho que é colombiana chamada Tennis. É tipo uma TNG com itens mais legais e descolados. Pegamos uma promoção e meu namorado comprou camisas de linho nessa loja por cerca de 50 mil pesos colombianos, e achei uma bota cowboy de couro por 70 mil pesos. Vale bastante a pena.
Dia 3:
Deixamos este dia para conhecer o museu de sal. Pra começar é o passeio mais caro de sua visita a Bogota. Geralmente você precisa contratar um taxista que vai te levar, te esperar por 2h, e te levar de volta. Essa brincadeira sai uns 120 mil pesos, quase 200 reais. Se vc der sorte e conseguir mais gente com o mesmo interesse no seu hotel, fica mais em conta. O ingresso para catedral custa 50 mil pesos, equivale uns 70 reais. A história da catedral é meio confusa. Eu achava que era uma construção muito antiga e que tivesse a ver com os índios muíscas, e por estar num parque arqueológico, você imagina que está visitando algo histórico, mas na verdade não é bem assim. A extração de sal começou com os índios muíscas e parece que os colonos espanhóis também fizeram parte disso. Porém na década de 50, os mineiros que trabalhavam nestas minas eram extremamente religiosos e tiveram a ideia de construir uma catedral subterrânea, e construíram, mas esta catedral foi fechada por questões de segurança e estruturação. Em 1990 abriram um concurso para arquitetos para construção de uma outra catedral 60m abaixo da original, e esta é a que está aberta pra visitação. Ou seja, a obra é linda, mas é um projeto arquitetônico recente, não tem nada de histórico. É uma caverna com galerias representando a via Crucis. Tem salões imensos e uma cruz de 16 mts, além de lojas que vendem milhares de souvenirs, inclusive Esmeralda, que é farto na Colômbia. Mas é tudo muito caro, não compensa comprar Esmeralda na catedral e sim no centro. Resumindo: é interessante, é bonito, mas não sei se vale a pena. Não aconselho ir aos finais de semana ou feriados locais pois é muito cheio.





Dia 4:
Deixamos pra visitar o museu do Botero no último dia, que senão me engano era uma terça feira, e era justamente o dia que o museu não abria. Ficamos muito tristes, pois é um dos cartões postais de Bogotá, mas deu pra sentir o gostinho de ver a obras dele de perto no Museu Nacional. Finalizamos o roteiro de dia pela Zona Rosa, uma delicia de caminhar. Os prédios são bem antigos, baixos e a maioria de tijolinhos. Tem muita construção no estilo europeu, é bem diferente do que a gente imagina quando pensa em Bogotá. É uma cidade muito charmosa, com ruas largas, calçadas largas, muitos parques e muito verde. Eles tem uma política de conservação bem rigorosa. O bairro em si é seguro, há polícia e exército em cada esquina, e alertaram-nos para ficarmos atentos com objetos eletrônicos, como celular, camera e etc. Mas achamos tudo muito tranquilo.




A noite fomos ao famoso Andrés Carne de Res, que é sem duvida o melhor restaurante de Bogotá. Tem comidas típicas pra todos os gostos e gêneros. O cardápio parece uma bíblia, tem infinitos tipos de carnes, Mas também há muita variedade em saladas, e itens vegetarianos típicos como o patacon que é uma banana verde frita maravilhosa, Chips de patacon com guacamole é incrível, comemos arepa da chóckolo que é uma espécie de pamonha salgada recheada de queijo divina, entre outras opções. Fomos na unidade nova, o Andrés D.C. que é um prédio de 4 andares, de restaurante, bar e balada. A decoração é impecável, muito criativa, e une tudo, uma boa comida, e um excelente fim de noite regado a muita salsa e reggaeton. A matriz, fica numa cidade vizinha a bogotá, e achamos meio longe pra jantar, mas deve ser incrível.



E é isso. Tá bem resumido pra não ficar cansativo, e o post não ficar muito carregado, mas essa viagem rendeu milhares de fotos. Recomendo Bogotá sim! Cidade maravilhosa, charmosa, e encantadora. A cultura colombiana é muito diversa, principalmente quando se trata de Cartagena que fica pra segunda parte desta viagem no próximo post. Todas as fotos foram tiradas com iphone 5c. As melhores tiradas com o Iphone 6 está numa pasta com 2 mil fotos que eu ainda preciso organizar. Depois pretendo fazer um roteiro mais elaborado pra publicar, mas por enquanto é o que tem pra hoje. Se você gostou, comenta aqui embaixo, e se quiser ver mais fotos dessa viagem, vá até o meu instagram @carolinaojo. Aqui não tem nem um décimo.
Bjs!
Carol
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